terça-feira, 15 de junho de 2010

ENCICLOPÉDIA DA LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA

A Enciclopédia da Língua de Sinais Brasileira: O Mundo do Surdo em Libras, com autoria de Fernando César Capovilla e Walkiria Duarte Raphael é composta por dezenove volumes e três CDs. Os volumes desta Enciclopédia de Libras documentam os sinais do universo do surdo brasileiro.

Para surpresa de muitos, já vem sendo publicado desde 2004, três anos depois do lançamento da primeira edição do Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira. Diferentemente do Dicionário, que traz os sinais de Libras arranjados por ordem alfabética dos verbetes, a Enciclopédia traz os sinais de Libras arranjados em campos semânticos como: educação, higiene e saúde, geografia e história, cidadania e política, comunicação, religião, eventos, palavras de função gramatical, artes visuais e assim por diante. Constitui, por isso, importante material para aprendizagem da Libras, para elaborar exercícios de conversação em Libras e para verter o currículo escolar para Libras. É um instrumento importante para a aquisição e desenvolvimento da Língua de Sinais e para a linguagem escrita de crianças e jovens surdos brasileiros, elemento indispensável para a adaptação e complementação dos currículos de educação infantil, ensino fundamental e médio.

Por outro lado, em sua forma computadorizada a Enciclopédia digital de Libras traz os sinais indexados por elementos quirêmicos de sua estrutura sublexical, tais como a configuração da mão, o ponto de articulação, a orientação da palma, o movimento, e a expressão facial associada, o que permite ao surdo prescindir do conhecimento do Português para localizar qualquer sinal de Libras, e ser capaz de resgatar qualquer sinal a partir apenas dos elementos sublexicais da estrutura quirêmica do sinal em que está pensando. Desta forma, a Libras passou a poder ser efetivamente usada como metalinguagem para adquirir leitura e escrita alfabéticas do Português.

Até recentemente essa história de avanços sucessivos nas estratégias de indexação de sinais tinha apenas três capítulos: O primeiro, com a estratégia de ordenação alfabética de verbetes inaugurada pelo Dicionário; o segundo, com a estratégia de agrupamento dos sinais de Libras por campos semânticos que foi inaugurada pela Enciclopédia; e o terceiro com a estratégia de indexação quirêmica dos sinais que foi inaugurada pela Enciclopédia Digital. O quarto e talvez o último capítulo dessa saga, está sendo escrito agora, com a estratégia de indexação dos sinais de Libras pelos elementos da estrutura morfêmica desses sinais.

Essa estratégia combina as vantagens de um sistema de indexação linguística (i.e., facilidade de classificar informação, ou seja, de armazenamento e recuperação de sinais) com as vantagens de um sistema semanticamente orientado (i.e., facilidade no acesso intuitivo e uso pragmático dos sinais). Como os morfemas são as menores unidades de significado empregadas num dado sistema linguístico, uma indexação de sinais baseada na estrutura morfêmica seria altamente vantajosa, pois os morfemas de sinais, ao mesmo tempo em que codificam significados recombinativos específicos, são eles próprios compostos de fonemas (ou no caso de sinais, de quiremas) que são as menores unidades mínimas formais capazes de distinguir entre dois itens lexicais discretos, no caso, entre dois sinais.

Se eficiente, essa indexação poderá, no futuro, ser empregada como interface para o resgate eficiente de sinais em tempo real durante conversações empregando sistemas de comunicação entre surdos e ouvintes, e de telecomunicação cifrada entre surdos estrangeiros com diferentes línguas de sinais (Capovilla et. al., 2003; Capovilla, Duduchi et al., 2006; Duduchi & Capovilla, 2006).

Saiba como adquirir a Enciclopédia da Língua de Sinais Brasileira: O Mundo do Surdo em Libras, clicando AQUI.